Anatomia
O tendão de Aquiles liga o músculo da barriga da perna (gastrocnêmio) ao osso do calcanhar (calcâneo). Este é o tendão que está logo abaixo da pele na parte de trás do tornozelo. Tal como acontece com a maioria lesões tendinosas, este tendão pode sofrer uma lesão.
Figura 1: Vista Posterior Normal do Tendão de Aquiles e Músculos
Função
Quando os músculos gémeos ou gastrocnêmios (na face posteior da perna) contraiem (encurtam), o tendão que liga os músculos ao osso do calcanhar (calcâneo) move-se. Como os músculos encurtam, o tendão desloca-se para apontar o pé para baixo. Esta é a acção que permite que uma pessoa fique sobre um dos pés, corra, pule, ande normalmente, e que suba e desça escadas.
Tipos de lesões
Uma tendinite é uma inflamação do tendão. Muitas vezes resulta de um pequeno entorse que causa inchaço ao tendão, dor e menos flexibilidade do que a normal no tendão.
Se não for tratada, esta lesão pode não se curar, ou progredir para uma condição dolorosa crónica. Claro que, em algumas pessoas, pode progredir para uma completa ruptura do tendão. Uma ruptura do tendão pode ocorrer quando o tendão foi estruturalmente fragilizado por uma tendinite em curso, ou quando um tendão é completamente saudável e submetido a um súbito e inesperado esforço. Como resultado, o tendão rompe. Quando o tendão rompe, muitas vezes as pessoas ouvem um “estalo” na parte de trás do tornozelo. Se por exemplo estão a jogar ténis a pares, muitas vezes a pessoa pensa que o seu parceiro lhe acertou na parte de trás do tornozelo com a raquete. Com a lesão, ocorre dor, inchaço, e perda de função. Uma vez que o músculo não está mais conectado ao osso do calcanhar, as pessoas têm dificuldades em andar normalmente, e têm dificuldade em fazer actividades que requerem algum tipo de esforço significativo (como correr, saltar, fazendo levantar o dedo do pé). Não tratado, o tendão muitas vezes não cicatriza, resultando numa incapacidade permanente.
Diagnóstico
A área da ruptura do tendão está frequentemente inchada, e pode realmente haver uma discontinuidade palpável no tendão. O RX, apesar de não mostrar o tendão com fiabilidade, revela o calcâneo. Ao fazer o raio-x, o médico estará a verificar se o osso no qual o tendão está inserido (calcâneo), foi lesado. Em alguns casos, o tendão não irá romper, mas em vez disso, ele vai arrancar literalmente um pedaço do osso do calcâneo. Embora isto possa ser reparado, a técnica é diferente de apenas coser as duas extremidades de um tendão roto, juntas. Se não tiver o tendão roto, o paciente pode ter sofrido apenas um estiramento/microruptura do mesmo. Este tipo de lesão resulta com frequência numa tendinite. Embora isto muitas vezes se cure sem cirurgia até estar completamente cicatrizado, o tendão é estruturalmente mais fraco do que o normal e apresenta um risco aumentado para romper continuamente com actividade física intensa. O estudo diagnóstico mais fiável para uma suspeita de rotura de tendão de Aquiles é o teste de preensão dos gémeos realizado durante o exame físico. Quando o resultado do teste é anormal, a probabilidade de ruptura de tendão estar presente é muito elevada.
Figura 2: Visão Lateral do Tendão de Aquiles roto. Note-se depressão no local da ruptura (círculo vermelho).
Tratamento
As opções de tratamento para a uma ruptura completa do tendão podem incluir cirurgia ou tratamento conservador. Há vantagens e desvantagens em cada uma e as opções devem ser discutidas com o seu médico.
Na cirurgia, o tendão é inserido no osso calcâneo (caso tenha sido desinserido) ou as duas extremidades são cosidas, se o tendão foi rasgado em dois. Na maior parte das pessoas, um gesso é aplicado após a cirurgia até a cicatrização estar completa. Cada paciente deve ser considerado individualmente. Existem muitas razões pelas quais uma pessoa pode não ser um candidato adequado para uma reparação cirúrgica da lesão. Estas incluem, a presença de problemas de pele no local da lesão, idade, a vida sedentária, outras condições médicas que faça da pessoa um mau candidato para cirurgia (tais como problemas cardíacos ou pulmonares). Se o tratamento for conservador (não-operatório), é aplicado um gesso até a cicatrização estar completa. O tempo necessário para a cura é bastante variável. Muitas vezes, pode levar até seis meses para que ocorra a cicatrização completa.
Num e noutro caso, em altura própria é sempre aconselhável a realização de um Programa de Reabilitação (Fisioterapia) para restituir as propriedades funcionais e proprioceptivas do tendão, dos músculos da perna e do padrão de marcha.